Os Cavaleiros do Zodíaco é provavelmente um dos meus animes preferidos, entraria facilmente no meu top 10. Porém eu nunca revi ele, o que eu tenho na memória são as lembranças de criança. Dizem por aí que quem revisitou ele, não gostou, pretendo rever esse ano, quando eu ver trago minhas opiniões.

Enfim, mas eu não deixei de ver as produções mais novas de Cavaleiros do Zodíaco, porém quando vi a animação da Netflix foi uma experiência terrível, aquilo ali não tinha a essencia, era uma animação mal feita, barata… Os Cavaleiros do Zodíaco encontrava ali o fundo do paço.

Mas como eu gosto de dizer, nada é tão ruim que não possa piorar, e eis que eu assisto o live action americano Os Cavaleiros Do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo.

História

A história é toda focada em Seiya (J.J. Jr. Mackenyu, péssimo no papel alias, mas continuemos). Seiya é um “garoto” de rua que fica participando de torneios ilegais para juntar dinheiro para procurar sua irmã Seika (Katie Anne Moy). Porém em uma dessas lutas, no caso com Cassius (Nick Stahl), que nessa versão é dono de um ringue ilegal de lutas, ele desperta o cosmos e o filme começa.

Parece genérico? Pois é mesmo, o filme é uma mistura de um filme de artes marciais americanos dos anos 90, com um filme de Wuxia (aqueles filmes chineses onde os guerreiros soltam poder). Mas se inspiraram no pior deles, bateram no liquidificador e saiu isso. Esqueça a parte da mitologia grega, esqueça as partes emocionantes, esqueça os sacrifícios em nome de Athena, nada disso tem nesse filme.

Me lembrou o filme do Mortal Kombat (2021)

No meu post do filme do Mortal Kombat, eu disse que uma das inúmeras coisas que me incomodaram no filme foi a forma como os lutares eram escolhidos para o torneio. Em Mortal Kombat eles nasciam com a marca, mas essa marca poderia ser transferida pra outra pessoa, aqui em Os Cavaleiros do Zodíaco acontece algo semelhante em relação ao cosmo.

O que era pra ser algo profundo e filosófico, aqui vira quase que um vírus. A vilã do filme basicamente sequestra crianças para roubar o cosmos deles para continuar viva, é pavoroso e não faz sentido nenhum. Até porque a vilã muda de ideia a cada cinco minutos.

Seiya e Saori

Se é um filme de Cavaleiros do Zodíaco não poderia faltar Seiya e Saori né? E aqui tenho que ser sincero, eles acertaram no Seiya, pois chega a ser mais insuportável que o do anime.

Aqui resolveram criar um Seiya com a personalidade de boa parte da geração Z, ou seja é um personagem chato, desagradável, pedante e com o carisma de uma porta e a interpretação do J.J. Jr. Mackenyu também não ajuda muito.

O ator não passa nenhuma emoção, todas as suas falas são monótonas e sem expressão. Parece que ele literalmente esta lendo suas falas, até entendo que inglês não seja o idioma nativo dele, mas o problema aqui não foi só isso, nota-se um falta de interesse mesmo. A sensação que passava é que ele se arrependeu de assinar o contrato e só queria terminar o trabalho.

E a Saori (Madison Iseman)? Bom ela também não ajuda. Saori aqui é basicamente apresentada como deusa em uma mesa de café da manhã e os seus deslumbres como deusa são nas suas visões onde ela aparece vestindo um cosplay de festa a fantasia. Se você viu o trailer você viu as aparições dela como Athena, é só isso mesmo.

O filme tenta despertar uma espécie de romance entre os dois, que é vergonhoso. O anime também flerta com isso, mas deixa claro que Seiya realmente vê Saoria como uma deusa. No filme ele vê ela como uma garota mimada de família rica, o que não deixa de ser uma verdade.

Eles pareceram mais velhos do que o filme tenta dizer que são também não ajuda muito.

Sou fã, quero service

Geralmente esse tipo de filme sabe que é ruim e apela para nostalgia e fan service, mas acredite meu jovem, nem isso esse aqui fez. As vezes tenho a impressão que fizeram um filme ruim de propósito.

Vou te dar um exemplo, existe uma cena onde Seiya treina com a Marin (Caitlin Hutson). A cena nem é tão ruim assim (embora seja ruim), é só o clichê de filme de artes marciais onde o discípulo encontro o mestre e passa por provações no seu treinamento.

Pois bem, quando Seiya está prestes a chegar ao ápice do seu treinamento quase conseguindo despertar o cosmos e desbloquear a armadura (sim, a armadura fica em pingente rs) a trilha sonora ameaça a tocar o tema clássico… mas isso dura dois segundos. Parece eu fazendo vídeo pro Youtube e usando 5 segundos da música para não tomar strike por direitos autorais. Sim essa é a única cena quase flerta com alguma tipo de fan service.

Sério mesmo, não sei pra quem fizeram esse filme. Pros fãs não foi, e pra conseguir novos fãs também não, afinal só se fala em outra coisa.

Ok Doug, mas vale a pena?

Olha, se você estiver muito curioso pra ver o que fizeram, mas muito curioso mesmo até vale a pena. Mas já vou lhe avisando Os Cavaleiros Do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo é um filme triste, sem carisma e sem alma.

Trailer

Onde Assistir?

Eu assisti Os Cavaleiros Do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo (2002) pela HBOMAX.

Alguns filmes podem não estar mais disponíveis no catálogo dos serviços de streamings, nem a venda, e nem em fansubs. Mas estou sempre atualizando os links… então fique de olho.