Não vou mentir pra você, não estava botando muita fé em I’M Home não. Mas olha, fazia um bom tempo que não via um dorama tão bom, engraçado quanto tem que ser (mas em nenhum momento é bobo), dramático quando tem que ser (mas em nenhum momento é um drama forçado), mas acho que ele queimou o que tinha de melhor no começo e deixou a desejar um pouco no final.

História

Na trama acompanhamos Ieji Hisashi (Kimura Takuya) um sujeito aparentemente bem sucedido, mas que após um acidente acaba perdendo a memória. Ao voltar pra vida normal e começar a recuperar a memória, ele percebe que talvez ele não tenha sido uma pessoa tão boa assim, muito pelo contrário ele era ambicioso demais e passava por cima de todos pra conseguir seus objetivos.

Mas se já não bastasse uma trama interessante por si só, ela é muito competente em misturar a perca de memória do protagonista com costumes culturais da sociedade japonesa, seja na hierarquia das empresas que menosprezam funcionários de baixo escalão e até mesmo em relações familiares. Muito do drama do protagonista poderia ter sido resolvido com uma conversa, mas não é bem assim que funcionam as relações japoneses tudo é devagar e às vezes até burocrática demais.

Durante o primeiro episódio Ieji descobre que já foi divorciado e que não dava tanta atenção para a sua nova família. Outra coisa interessante, é que mesmo ele sendo um dos melhores na sua profissão, o fato dele perder a memória o transformou em peso de papel, sendo automaticamente descartado de seu posto e ignorado pelos seus amigos de cargos superiores.

E se não bastasse todas essas camadas interessantes, o episodio ainda brinda a gente com ótimas interpretações de Kimura Takuya e Aya Ueto (linda), que vive a esposa atual de Ieji (Megumi). E ainda tem mais, o acidente fez ele não conseguir ver nem o rosto de sua esposa atual e nem de seu filho o que eleva ainda mais o mistério (ele sempre os vê de máscara). E ainda tem mais, ele aparece nutrir mais sentimentos pela sua “ex família” do que pela sua família atual, porque?!

Então a pergunta que fica é? Quem está realmente usando máscara aqui?

Isso tudo que mencionei é basicamente só a trama do primeiro episódio, o dorama daqui pra frente basicamente se aprofunda nessas temáticas e sempre deixando aquela pulguinha atrás da orelha, será que todo mundo está falando a verdade aqui? Eu achei isso muito bom.

Dez episódios, dez chaves

Geralmente eu me incomodo com doramas onde personagens aparecem só pra fazer a história andar e depois são ignorados, I’m Home tem um pouco disso, mas foi esperto em fazer com que isso fizesse parte da trama.

Ao acordar do coma, Ieji encontra um molho de chaves em seu bolso. São 10 chaves equivalentes aos 10 episódios. Então em cada episódio ele precisa descobrir onde cada chave se encaixa (e por consequência concertar as cagadas que fez), o que o ajuda a ir recuperando a sua memória aos poucos.

Isso dá uma disfarçada nesse esquema dos personagens que aparecerem do nada, porém nem toda história é interessante, e as que são boas são meio desperdiçadas por estarem basicamente em um único episódio e resolvidas em outros com apenas um voice over do personagem principal. Um exemplo disso é quando as histórias são focadas no seu passado familiar, merecia um pouco mais de episódios.

Aya Ueto

Preciso falar um pouco sobre a personagem da Aya Ueto (Megumi), pra mim ela é uma personagem mais interessante do que o próprio protagonista.

Ela é basicamente a mulher perfeita (e escolheram uma atriz igualmente perfeita pra esse papel), ela em um primeiro momento é o estereótipo da mulher japonesa. Recatada, se veste bem, gosta de cuidar da casa, dedicada a família… porém sempre fica aquele mistério de que ela pode estar escondendo alguma coisa.

E o desfecho dessa história embora simples, quebra justamente um pouco desse estereótipo, pois o dorama é bem esperto em nos fazer pensar que um personagem tomou tal atitude, quando na verdade quem tomou foi outro.

Sem falar que Aya Ueto brilha demais, tem um olhar apaixonante que combina muito com a personagem. E achei também que souberam muito bem disfarçar a gravidez dela. A atriz estava gravida na época.

Que milagre Doug, gostou de tudo!

Pois é, nem tudo. Lembra lá no começa onde eu disse que o dorama queimou suas boas ideias logo no começo? Então muito do que o dorama tinha a dizer já estava dito já na sua metade.

E aí a história fica meio que na mesma até chegar no último episódio, onde quase do nada uma trama empresarial entra em cena e tudo é resolvido de forma corrida o que deixa aquela sensação de mistério que o dorama estava criando, sumir.

O que pra mim até atrapalha um pouco a trama principal, que poderia ter sido melhor construída e divida durante os episódios. Acaba tudo sendo resolvido “fácil” e até conveniente demais.

E só pra ser um pouco chato, os efeitos especiais deixam um pouco a desejar rsrs

Ok Doug, mas vale a pena?

I’m Home é um dorama difícil de não gostar, pra quem gosta de ator tem Kimura Takuya, pra quem gosta de atriz tem Aya Ueto (linda) e tem um história boa o suficiente pra fazer a gente querer ver como ela vai terminar. Não será inesquecível pra mim, mas me trouxe bons momentos de felicidade.

Onde assistir I’m Home?

Eu assisti I’m Home pelo saudoso Somos Viciados em Doramas, atualmente da pra assistir pelo Asian Tem Fansub.

Algumas produções podem não estar mais disponíveis no catálogo dos serviços de streamings e nem a venda e às vezes nem nos fansubs , mas estou sempre atualizando os links… então fique sempre de olho.